Passo de São Borja
(De Gente Rio e Embarcações)
Por Ramão Aguilar
Quando o Passo era
criança,
Há mais de trezentos
anos,
O barco dos Passeanos,
Era a canoa sem nó,
Feita dum tronco só,
A primitiva
embarcação,
Do mesmo remo o timão,
E poitada só com
cipó.
Era também usada,
A Jangada lá no Passo,
Várias toras
entrelaçam,
Mais uma vela de
pano.
Rio a fora ia jangada,
Com o sopro do vento,
E a correnteza da
água,
A luz do firmamento,
Ia por Deus abençoada.
Tudo na vida evolui,
É regra não vai
mudar,
Depois de a canoa
reinar,
Veio o Caíque e a
Chalana,
Feitos de tábuas
planas,
Melhorou pra navegar
E também para pescar,
Na fronteira
Castelhana.
Antes de a Balsa
chegar,
Tinha Lancha a motor,
Nas mãos de bom
condutor.
Levavam o pessoal por
água,
Mais conforto que a Pirágua,
Até o Porto “Hormiguero”,
Onde gastava os
“peçuelos”,
Sem precisar pedir
nada.
Lanchas que iam pra
“allá”,
Outras que vinham pra
cá,
No Porto vão atraca,
Argentina ou
brasileira,
No mastro as duas
bandeiras,
E o povo carregado,
Vinham lá do outro
lado,
Nesta vasa de
fronteira.
Teve até Barco a
Vapor,
De “Rio Grande”
chamado,
Barco de médio
calado,
Navegador imponente,
Com a caldeira bem
quente,
Construído em boa
forja,
De Uruguaiana a São
Borja,
Trazia um mundão de
gente.
Outra lembrança linda,
Não me foge da
memória,
Pois pra mim uma
vitória,
Guardar aquela emoção,
Que balança o coração,
De ver um barco
passar,
Rio acima a navegar,
Parecendo quase
fundeado,
Vinha o Barco
carregado,
Subindo rio Uruguai.
Acabou o transporte
embarcado,
Ficando somente na
história,
Aqueles momentos de
glória,
Da movimentação do
Porto.
Hoje os tempos são
outros,
Com a Ponte
Internacional,
Ficou o turismo
local,
No chamado Cais do
Porto.
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