terça-feira, 29 de julho de 2014

Passo de São Borja - De Gente, Rio e Embarcação

Passo de São Borja
(De Gente Rio e Embarcações)

Por Ramão Aguilar

Quando o Passo era criança,
Há mais de trezentos anos,
O barco dos Passeanos,
Era a canoa sem nó,
Feita dum tronco só,
A primitiva embarcação,
Do mesmo remo o timão,
E poitada só com cipó.

Era também usada,
A Jangada lá no Passo,
Várias toras entrelaçam,
Mais uma vela de pano.
Rio a fora ia jangada,
Com o sopro do vento,
E a correnteza da água,
A luz do firmamento,
Ia por Deus abençoada.

Tudo na vida evolui,
É regra não vai mudar,
Depois de a canoa reinar,
Veio o Caíque e a Chalana,
Feitos de tábuas planas,
Melhorou pra navegar
E também para pescar,
Na fronteira Castelhana.

Antes de a Balsa chegar,
Tinha Lancha a motor,
Nas mãos de bom condutor.
Levavam o pessoal por água,
Mais conforto que a Pirágua,
Até o Porto “Hormiguero”,
Onde gastava os “peçuelos”,
Sem precisar pedir nada.

Lanchas que iam pra “allá”,
Outras que vinham pra cá,
No Porto vão atraca,
Argentina ou brasileira,
No mastro as duas bandeiras,
E o povo carregado,
Vinham lá do outro lado,
Nesta vasa de fronteira.

Teve até Barco a Vapor,
De “Rio Grande” chamado,
Barco de médio calado,
Navegador imponente,
Com a caldeira bem quente,
Construído em boa forja,
De Uruguaiana a São Borja,
Trazia um mundão de gente.

Outra lembrança linda,
Não me foge da memória,
Pois pra mim uma vitória,
Guardar aquela emoção,
Que balança o coração,
De ver um barco passar,
Rio acima a navegar,
Parecendo quase fundeado,
Vinha o Barco carregado,
Subindo rio Uruguai.

Acabou o transporte embarcado,
Ficando somente na história,
Aqueles momentos de glória,
Da movimentação do Porto.
Hoje os tempos são outros,
Com a Ponte Internacional,
Ficou o turismo local,
No chamado Cais do Porto.





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