CRONOLOGIA DO FESTIVAL RONDA DE SÃO PEDRO
(*) Ramão Aguilar
VINTE SEIS EDIÇÕES PRODUZINDO A MÚSICA NATIVISTA EM SÃO BORJA
1982/Junho - A patronagem do Centro Nativista “Boitatá”, preocupada em intensificar as atividades promocionais, a fim de reforçar o clima festivo vivenciado pela comunidade, em função das comemorações dos 300 anos de “Fundação Histórica de São Borja” /1982. Incluiu na programação da 2ª Ronda de São Pedro o 1º CONCURSO DE MÚSICAS JUNINAS, oportunizando, deste modo, a participação dos valores artísticos musicais da terra, porquanto a valorização do compositor letrista, musicista e interprete vocal, tendo sido levado a efeito na Sede Campeira “Geraldo Rodrigues", da Entidade. O nome do concurso determinava a temática única e os ritmos lembravam nossa música de extração sul-rio-grandense.
Nos anos subseqüentes a “Ronda” permaneceu na Sede Campeira, porém o festival de música passou a realizar-se na sede social da entidade sita na Avenida Francisco Miranda, 225, bairro do Passo.
O motivo da mudança de local da realização do concurso, que mais tarde também mudou de nome, passando a chamar-se FESTIVAL RONDA DE SÃO PEDRO, foi à falta de infra-estrutura para este tipo de atividade na Sede campeira, o que sobejamente existia na sede social: palco moderno com mais de 200 metros de área construída em salão com mais de 1600 metros. Uma vez que as apresentações musicais sempre foram realizadas à noite e se estendiam até a madrugada, havia a necessidade de melhor acesso e de condições de transporte para as pessoas que vinham e iam do centro utilizando ônibus, sendo este problema resolvido a partir de então.
Assim nasceu num momento histórico para o movimento Nativista do Rio Grande do Sul, pois nesta época que os jovens voltavam-se cada vez mais para os valores artístico-culturais de raízes, optando desta maneira pelo Movimento Nativista e, mesmo que os organizadores do festival pretendessem uma abrangência apenas local, desde 1º Festival houve uma característica regional, pois teve a participação daquele que nunca deixara de participar de todas as demais edições: "Grupo Parceria", da cidade de Uruguaiana, dirigidos pelos irmãos João e Adão Quintana Vieira.
A partir do 1º Festival, foi instituído o Troféu São Pedro, para premiar o 1º lugar, ou seja, a música campeã, confeccionado pelo artesão Ismar Dorneles da Rosa que mostrava em sua criação, numa única tora de madeira, o Santo dentro de uma capelinha, devidamente pilchado e com a estola (paramento religioso). As demais canções não recebiam premiação alguma.
Sua arte premiou os vencedores em diversas edições. Com o aumento no número de premiações, os troféus passaram a serem confeccionados pelo artista plástico Thadeu Martins (poeta, escritor, compositor e artista plástico).
1983, 1984, 1985 e 1986 – Junho - realizaram-se o Festival em sua 2ª, 3ª, 4ª e 5ª edições, já na sede social do Centro Nativista Boitatá. O precursor do Festival Ronda de São Pedro vai ocupando espaço na área da cultura musical sul-rio-grandense. Pequenino e despretensioso ia crescendo a cada edição, contrapondo-se a premiação modesta (quase inexistente), mas que aumentava um pouquinho a cada realização.
1987, 1988, 1989, 1990, 1991 – Junho - a partir da 6ª Edição em 1987 o Concurso de Músicas Juninas recebeu a denominação de “Festival Ronda de São Pedro” e, também, altera suas finalidades e objetivos sem, contundo perder sua identidade, pois, continua até os dias atuais premiando o "O Melhor Tema Junino". Porém, agora abrindo o festival, fugindo das polêmicas e linhas que, de certo modo, amordaçavam a criação poética e musical dos participantes.
1992 – Junho, em sua 11ª Edição o Festival passou a ter as doze composições finalíssimas gravadas em LPs, pelo Stúdio Máster Gravações Produções Ltda. A sonorização coube a PROVOX .
As músicas vencedoras formam as seguintes: 1º lugar, Sonhado Caminho de Miguel Bicca, Rodrigo Bauer, Juliano Bicca e interpretação de Cezar Lindemayer; 2º lugar: Cavalos do Tempo, de Thadeu Martins, Elton Saldanha e Juarez Chagas, na interpretação de Elton Saldanha; 3º Sol, Água e Pedras, de Miguel Bicca, Luiz Carlos Miranda Batista e Odemar Gerhardt e na interpretação de Cezar Lindemeyer; Melhor Tema Junino, Procissão João de Apparício Silva Rillo e Elton Saldanha, na interpretação de Elton Saldanha; Música Mais Popular, Cria do Pago, de João Pantalião Leite e Luiz Carlos Alves; Melhor Indumentária, Grupo Flor e Truco; Melhor intérprete Cezar Lindemeyer e por fim o Melhor Instrumentista foi o Ricardo Freire.
1993 – Junho - em sua 12ª Edição com ao lançamento do disco da 11ª houve um incremento na participação para o Festival que contou com a gravação de Bobby Studio com produção e direção geral do São-borjense Ricardo Freire e sonorização da Provóx Sonorização, fotro de Bira Azevedo e Capa de Pedro Conceição da Silva.
1994 – Junho – em sua 13ª Edição com gravação do Bobby Studio e sonorização de PROVÓX Sonorizações. A música campeã do Festival foi escolhida pelo público presente como a Mais Popular, Na Rodilha do Laço, uma composição de Kuka Pereira, Mário Bárbara e interpretação do saudoso César Passarinho; 2º lugar, Quando me Chamam de Índio, Letra de Rodrigo Bauer, música de Odemar Gerhardt, na interpretação de Cezar Lindemayer; 3º lugar Outras Rondas, composição de Darci Zuirtes, Jorge Prado, Jorge Freitas; Melhor tema Junino, Noites de Ronda.
1995 – Junho – 14ª Edição LP gravado pela Bobby Studio e sonorização da PROVÓX Sonorização. Foi a partir deste festival a instituição do troféu Apparcio Silva Rillo, a fim de premiar a Melhor Letra entre as doze composições finalíssimas, recebeu a referida distinção a Letra da composição Lições de Vida e Rio de Roberto Paines e Niriom Bernardes Machado. A grande vendedora trás por título A Milonga e o Milongueiro, composição de Paulo Flech, Mano Oliveira, na interpretação de Flávio Hassen; 2º lugar, Intrevero de Trova de Robson Barenho e Chico Sarat; 3º lugar Lições de Vida e Rio; Música Mais Popular, No Tom Maior do Uruguai; Melhor interprete, Ângela Gomes, Melhor Instrumentista, Sergio Wagner de Souza.
1996 – Junho – Em sua 15ª Edição a partir deste Festival que se passou a gravar a Ronda em CD com advento da nova tecnologia, isso serviu para marcar o avanço dos quinze anos de Ronda, embora o Compacto Disco ainda não estivesse polarizado. O disco foi gravado pela unidade móvel do Studio Máster de Santa Maria-RS. Neste ano foram premiadas as seguintes composições: 1º lugar, o Mate de Quem se Vai, letra de Rodrigo Bauer e música de José Lewis Bicca e interpretação de Pedro Julião e Os Angüeras, numa justa homenagem ao saudoso Apparício Silva Rillo; 2º lugar, Meus Caminhos, Letra de Luiz Carlos Miranda Batista, música e Odemar Gerhardt e interpretação de Cezar Lindemeyer; 3º lugar, De tua Janela, letra e música de Otorino Covolo e interpretação de João Quintana Vieira e o Grupo Parceria, música mais popular, Campeando Ilusão, letra de Dileta Dorneles, música de Jorge Dornelles e Interpretação de Ângelo Franco. Melhor Tema Junino, Ronda da Paz, Melhor intérprete, Cezar Lindemeyer e melhor instrumentista, Márcio Rosado.
1997 – Junho – 16ª Edição a grande campeã foi de Antigamente, letra, música e interpretação de Juliano Jawosky, sendo também premiada como a melhor letra, 2º lugar, Desassossegos, letra de Vainer Darde e música e interpretação de João Chagas Leite; 3º Lugar, São Borja Ainda Sou Tua”, letra, música e interpretação de Chico Sarat; música mais popular E Dia de São Pedro de Lira Covolo e Luiz Bastos, destacando-se como melhor tema junino; melhor instrumentista, Marcelo Caminha, melhor intérprete, Cezar Lindemeyer, que foi o primeiro a receber o Troféu Pimpim em homenagem ao cantor Carlos Moreno (Pimpim). Gravação do CD por Ricardo Freire numa gravação de Bobyy Studio.
1998 – junho – 17ª Edição a grande campeã foi Canto Negro, letra de José Antonio Pereira, música de Luiz Edgar Pereira e interpretação de João Quintana Vieira e os Tapejaras; 2º lugar, o Cantor e o Violão, letra e música de Raul Bósio,e interpretação de Analese Severo; 3º lugar, Golpes, letra de Carlos Omar Vilela Gomes e música de Evandro Zamberlam e interpretação de César Oliveira; melhor letra, No Entardecer de Minhas Esperanças, letra de Rodrigo Bauer; melhor interprete Anelise Severo, melhor instrumentista Marcelo Caminha e o premio de música mais popular coube a composição Solo Missioneiro, letra de Otorino Covolo, música de João Barbosa e Ventuir Cáceres, na interpretação de João Barbosa. O Selo é da Bobyy Studio.
1999 – Junho – 18ª Edição a música vencedora Herança, letra de Jorge Nicola Prado, música de Leandro Charrua e Jorge Nicola Prado na interpretação de Jorge Freitas, também premiada como a melhor letra; 2º lugar, Águas do Piquiri, letra de Miguel Bicca, música de Sabani de Souza e interpretação de Jorge Freitas; 3º lugar, Canto e Prece a São Miguel, letra de Sadi Ribeiro, música de Odemar Gerharddt e interpretação de Cezar Lindemeyer; música mais popular, Cortando o Brasil no Meu, letra de João Sampaio e Quinde Grande,música e interpretação de Marinez Siquiera; melhor interprete, Jorge Freitas;melhor instrumentista, Marcio Rosado; melhor idumentária, Jerri Terres.Gravação de Bobby Studio e sonorização da Pro - Vox.
2000 – junho – 19ª Edição teve como grande vencedora que também recebeu o troféu Apparicio Silva Rillo e melhor poesia, A Sombra da Cruz de Gujo Teixeira e Erlon Péricles, com interpretação de Vinícios Brum; 2º Lugar, Rumo do Tempo, letra de Rodrigo Bauer, música de Mário Bárbara, defendida por João de Almeida Netto; 3º lugar Quando o Amor Chega Pedindo um Mate, letra de Vaine Darde, música de Sabani de Souza e interpretação de Juliana Spanivello, também apontada como a melhor intérprete do festival; música mais popular, Varando o Uruguai a Remo, melhor instrumentista, Arthur Bonilla, melhor indumentária Valdomiro Maicá; melhor tema junino, Junina Tradição.
2001 – Junho – 20ª Edição, a vencedora Nos Bailes da Vila Branca, letra de Aldemir Disconzi e Valter Fiorensa e interpretação de Nenito Sarturi; 2º lugar, Pedido a São Pedro de Venícius Brum; 3º lugar, Pra Sonhar, de Erom Carvalho, Luiz Carlos Ranoff e interpretação de Miguel Marques; música mais popular Ta Feio Mas Ta Pareio, melhor tema junino, Oração a São Pedro; melhor interprete Nenito Sarturi, melhor instrumentista, Arthur Bonilla; melhor indumentária,Grupo Parceria.
2002 – Junho – 21ª Edição, música campeã, Aguaceiro, de Paulo Ricardo Costa e Nilton Ferreira e interpretação de Nilton Ferreira; 2º lugar,A Final Por que Será, Miguel Bica e Cezar Lindemeyer e interpretação de Cezar Lindemeyer; 3º lugar, São João Gaúcho de Erlon Péricles e interpretação de Perisca Greco; melhor letra, Aguaceiro; melhor interprete, Miguel Marques; melhor tema junino, São João Gaúcho.
2004 – Junho – 22ª Edição, realizada com a aprovação da LIC(Lei de Incentivo a Cultura). Primeiro Lugar, Recomeço de Rodrigo Bauer e Mário Bárbara, interpretação de Chico Sarat; 2º lugar, Companheira, de Jorge Nicola Prado, Chico Ribeiro e Ângelo Franco e interpretação de Jorge Freitas; 3º lugar, O Passado Não Calou, de Carlos Omar Vilela Gomes e Toni Brum, interpretação Ângela Gomes; melhor tema junino, Magia do Brasileiro, música mais popular Mal Agradecida, melhor letra Recomeço de Rodrigo Bauer.
2005 - Agosto – 23ª Edição foi introduzido a Fase Local para participantes residentes ou domiciliado em São Borja. Classificação da música: 1º lugar, Das Brancas Almas da Estância de Chiru Antunes e Marcelo Oliveira, interpretação de Marcelo Oliveira; 2º lugar, O Tempo e o Vento de Rodrigo Bauer e Jorge Freitas, interpretação de Jorge Freitas; 3º lugar,Bem Vinda de Miguel Bicca, Caeco Batista, Sabani Felipe de Souza e Erlon Péricles e interpretação de Miguel Bicca e Leôncio Severo; melhor tema junino, No Costado da Fogueira, música mais popular, Pacholeadas;música mais popular da fase local, Patacoeira, melhor letra, Das Brancas Almas da Estância.
2006 – Agosto – 24ª Edição, foi inaugurado o momento infanto-juvenil na fase local. O evento foi realizado com recursos aprovados pelo Conselho Estadual de Cultura, através da Lei de Incentivo a Cultura-LIC. Classificação: lº lugar, de Pampa e Lonjura, Rodrigo Bauer e Erlon Péricles, interpretação de Perisca Greco e Cristiano Quevedo; 2º lugar, Comparsão de Janeiro, de Evair e Juliano Gomes, interpretação de Marcelo Oliveira; 3º lugar, Pelos Caminhos de Deus, de Adriano Silva e Cristiam Camarco e interpretação de Luiz Marenco; melhor tema junino, De Fogueiras e Balões; música mais popular, Na Crina, música mais popular da fase local, Alho Macho; melhor música infanto-juvenil, sementes de Gratidão, melhor letra, O Sangue, de Rodrigo Bauer.
2007 – 25ª Edição, tendo sido julgado não prioritário pelo Conselho Estadual de Cultura, os promotores tiveram que buscar recurso nos poderes públicos Municipais e empresas locais. Classificação: lº lugar, Reparando a Vida, letra de Flávio Saldanha, música e interpretação de Tuni Brum; 2º Lugar, Uma Arte de Campo, letra, música e interpretação de Julio Azambuja; 3º lugar, O Erro, letra de Carlos Omar Vilela Gomes, música de Anderson Mireski, interpretação de Juliana Spanivello; Melhor música infanto-juvenil, Porto dos Sonhos, melhor tema junino, Fogueira dos Sonhos; melhor letra, Reparando a Vida; música mais popular, Como Diz o “Outro”, Como diz o “Cosa”; melhor intérprete, Marcio Trindade, melhor instrumentista, Marcelo Freiras.
2008 – 26ª Edição, esta com recursos aprovados pelo Conselho Estadual de Cultura, através da Lei de Incentivo a Cultura, cujo projeto foi elaborado e executado pela Produtora Cultural Aline Ferrão- Produções Culturais.
(*) Pesquisador